De volta à saga,para que saibam o desfecho da aventura,continuo meu relato.
Diante da minha cara de decepção, o frentista amigo chamou um taxi amigo e lá fui eu pra casa, me sentindo a pior das mulheres da face da terra.
Sabia o que me aguardava...o marido de mau humor achando que a culpa era minha devido ao passado recente em que bati o carro por duas vêzes, e que havia saído da oficina apenas a dois meses atrás.
No alto dos meus 30 anos de motorista nunca havia batido...NUNCA!!!
E neste ano essa já era a terceira vez(e última....espero).
Nas duas primeiras concordo que foi vacilo meu, mea culpa, mas assumi com justiça e dignidade o prejuízo vendendo minhas férias tão sonhadas em Floripa.
O taxista amigo me deixou em casa tentando me consolar depois de dizer que achava que era perda total...tremi.
Em casa, maridão pocesso, deprimi, chorei, com raiva de mim mesma por não ter feito o bendito boletim de ocorrência no ato do evento, afinal o risco de tomar um chapéu era de 90% e virou questão de honra pra mim resolver a questão com o menor prejú possível.
Sem conseguir dormir amanheci o dia imersa num turbilhão de sentimentos tristes, me dando conta que se tivesse a força e o ombro do meu amor, tudo seria muito mais fácil.Incrível como dependemos de fatores externos pra sentirmos alegria e bem estar.
Desesperada comecei a ligar pro sujeito no celular e no trabalho.
Claro que não estava em nenhum dos dois, mas ao menos o fone era verdadeiro.
Consegui falar com ele depois de inúmeras tentativas 11:30 hs, se desculpou dizendo que esperou o guincho até 8 da matina.
O pai estava providenciando o contato com o seguro e não havia mais nada a fazer senão tirar o carro do posto com o guincho.
Foi o que fiz, sozinha, pois maridão seguiu à risca "não vou mover uma palha".O motorista do guincho seguiu com meu pobre carrinho rumo à oficina, e resolvi ir à pé até a base comunitária da Cidade Jardim, que era a mais próxima do local do acidente pra fazer o bendito B.O.
Andei por 20 minutos debaixo de um sol escaldante, com dor de cabeça e no corpo inteiro, parecia que era uma punição à altura.
Lá chegando o PM informou que ali não fazia a ocorrência, e sim ao lado da delegacia da Renato Paes de Barros.
Andei mais 20 minutos pois tinha que me penitenciar de qquer maneira, e consegui, devido ao calor insuportável e à cabeça dinossauro.
O galo de 5 cm só faltou cantar!!!
Cheguei pedindo água pros PM's.Acharam que era ressaca....
Enqto fazia o bendito B.O.toca meu celular.Era o mecânico para dar o diagnóstico.Meu maior temor se confirmou....perda total!!!
Essas palavras soaram pra mim como se tivesse perdido alguém querido.
Não sabia que aquela latinha véia tinha tanto valor sentimental pra mim.
Não aguentei.....chorei....era um tal de PM querer me consolar...
Um trazia agua, outro café, outro tentava me animar dizendo que não era o fim do mundo pois eu estava viva e o cara teria que arcar com as despesas já que a camera do cruzamento fatídico gravou as imagens provando minha versão.
Naquele momento queria que a perda total fosse eu.
Reagi, levantei e parti...já atrasada para o trabalho pensando que meu dia de cão ainda não havia terminado.
Mais, não sei....só sei que foi assim!!!
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